Neuroestimulação implanta esperança no dia do Parkinsoniano

No dia 4 de abril, anualmente, celebra-se o Dia Nacional do Parkinsoniano. Embora ainda não tenha cura, a doença já venceu muitas barreiras desde seu primeiro relato, em 1817, por James Parkinson. Hoje, uma série de tratamentos fisioterapêuticos e medicamentosos que conseguem retardar o avanço da doença e prolongar a qualidade de vida do paciente estão à disposição.

Por se tratar de uma doença progressiva, os remédios têm sua eficácia diminuída após alguns anos, e o paciente volta a vivenciar sintomas como tremor e perda de coordenação motora. Vê, portanto, sua saúde se deteriorar rapidamente. Quando o paciente atinge esse estágio, há uma outra possibilidade de tratamento ainda pouco difundida no Brasil e que pode devolver a autonomia ao parkinsoniano: a terapia de Estimulação Cerebral Profunda ou DBS, da sigla em inglês.

A terapia usa um neuromodulador, dispositivo médico semelhante a um marca-passo, que é implantado no corpo a fim de fornecer estimulação elétrica a regiões precisamente planejadas dentro do cérebro. A estimulação dessas regiões permite que os circuitos do cérebro que controlam o movimento funcionem adequadamente, além de contribuir para a melhora de complicações motoras da doença, como rigidez, lentidão e alterações do equilíbrio, bem como não motoras, tais quais os distúrbios do sono e dores de cãibras musculares (distonia).

O uso da estimulação cerebral profunda para o tratamento da doença de Parkinson é uma terapia reversível já bem estabelecida na literatura médica e com excelente resposta, quando corretamente indicada. Isso porque, ela oferece melhor qualidade de vida ao paciente, ao devolver sua autonomia para a realização de atividades do dia a dia.

O Ministério da Saúde estima que a prevalência do Parkinson no Brasil seja de 100 a 200 casos para cada 100 mil habitantes. Trata-se de uma condição crônica, sem causa conhecida, progressiva e degenerativa do sistema neurológico, que afeta os movimentos e a coordenação dos portadores. Conforme avança, incapacita o indivíduo, fazendo com que atividades simples, de rotina, como tomar banho e se vestir, se tornem impossíveis.

Article written by Barreto

Dr. Eduardo Barreto, neurocirurgião Ph.D especialista em coluna vertebral e dores crônicas.

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