Pronto atendimento de qualidade é fundamental para tratar um AVC

Segundo pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM), 76% dos hospitais públicos brasileiros não apresentam condições adequadas para atender casos de acidente vascular cerebral (AVC). Apenas 3% dos serviços avaliados pelos médicos têm estrutura classificada como muito adequada e 21% como adequada, o que é muito preocupante, haja vista a necessidade de rápido atendimento e de exames não só para o diagnóstico como para se evitar a progressão do problema.

O paciente de AVC tem que ser encaminhado a uma unidade de vigilância intensiva, de preferência, com profissionais preparados em Neurointensivismo. Nestes locais há possibilidade do tratamento através, por exemplo, do cateterismo, ou seja, de procedimentos endovasculares ou até mesmo de intervenção mediante cirurgias intracranianas específicas. Será oferecido, enfim, o melhor cuidado, a fim, inclusive, de se evitar ou até mesmo reverter um déficit neurológico.

O diagnóstico é clínico, através do histórico e dos sinais neurológicos avaliados. Exames complementares, como tomografia computadorizada do crânio, ressonância magnética, ecocolordoppler ou ecocardiograma são determinados pela avaliação clínica e pela infraestrutura do local de atendimento. Importante ainda estarmos atentos aos primeiros sintomas. Falta de orientação do indivíduo (que parece estar fora de seu estado habitual), diminuição de força em um dos lados do corpo, dor de cabeça súbita, tonteira ou perda da consciência, distúrbio da linguagem e a perda transitória da visão são alguns deles.

O AVC é o surgimento de um déficit neurológico súbito causado por um problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central, podendo ser dividido em dois tipos: isquêmico, quando ocorre a obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral, e hemorrágico, se causado pela ruptura espontânea de um vaso, com vazamento de sangue para o interior do cérebro.

Classificado como doença neurológica pela Organização Mundial da Saúde, o acidente vascular cerebral é tratável e os avanços da medicina no que tange ao tratamento foram muitos nos últimos anos. No entanto, vale ressaltar, a doença ocupa o segundo lugar no ranking de enfermidades que mais causam óbitos no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares.

Melhor do que tratar, contudo, é prevenir. Cuide da sua alimentação, pratique exercícios, visite especialistas, ou seja, mantenha hábitos de vida saudáveis.

Observe as dicas a seguir.

  • 1. Caminhe, suba e desça escadas. Melhore o seu condicionamento aeróbico;
  • 2. Coma adequadamente e tente incluir alimentos como peixe, castanhas, azeite de oliva e frutas na dieta. Assim, você desviará ainda da obesidade e de outros fatores de risco;
  • 3. Evite o tabagismo, bem como o álcool em excesso, fatores que promovem o envelhecimento precoce das paredes vasculares, facilitando o AVC;
  • 4. Relaxe e procure dormir bem. A atividade sexual ajuda a manter os hormônios em níveis adequados e evita que o desequilíbrio hormonal provoque aumento de pressão ou doenças metabólicas que alteram os vasos sanguíneos;
  • 5. Procure ter alguma atividade diferente do seu tipo de trabalho para estimular o seu cérebro. Pintura, leitura, dança e outras atividades similares ajudam a manter a saúde cerebral;
  • 6. Tente não ficar “ligado” ou tenso 24 horas no dia. Evite uso de medicamentos sedativos ou ansiolíticos, sem orientação médica;
  • 7. Realize exames periódicos e siga as determinações médicas. Previna-se!;
  • 8. Invista em você e colha os frutos de uma vida saudável, sem AVC.

Article written by Barreto

Dr. Eduardo Barreto, neurocirurgião Ph.D especialista em coluna vertebral e dores crônicas.

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