Uma nova realidade para os octogenários

Segundo o IBGE 2014, é relevante o crescimento do número de idosos com mais 70 anos no Brasil. O aumento da expectativa de vida é grande, em especial, entre os octogenárias, que em 1980 eram cerca de 580 mil e, de acordo com estimativas, em 2050, serão mais de 13 milhões. Acompanham tais números uma série de complicações, uma vez que nesta faixa etária observa-se maior prevalência de morbidades e incapacidades. Para a Quarta Idade, as cirurgias minimamente invasivas são a esperança de uma vida mais ativa e saudável.

E são também a prova de que a velhice não deve mais estar atrelada a doenças e a conceitos como fragilidade, angústia e solidão. A octagenária Líris Raupp, que tinha dificuldade para caminhar em razão da hipertrofia do ligamento amarelo da coluna, é um exemplo disso. O problema de que sofria a paciente é comumente observado em idosos, é resultado do envelhecimento. Após uma cirurgia minimamente invasiva, uma pequena incisão na coluna lombar que permitiu a descompressão dos nervos, ela passou a andar normalmente e inclusive já viajou várias vezes aos EUA. O acompanhamento foi feito sem a administração de medicamentos, apenas com fisioterapia.

Há 30 anos desenvolvendo técnicas e trabalhos relacionados aos procedimentos minimamente invasivos, saliento que o risco de tais intervenções cirúrgicas é próximo de zero. Isso se deve ao uso de altas tecnologias como o laser, a robótica, o endoscópio e o raio-x, porque estas ferramentas propiciam menor grau de complicação, menor exposição do paciente, menos tempo de internação e de recuperação e, por fim, mais rápido retorno às atividades cotidianas.

Conhecimentos e avanços científicos têm propiciado um envelhecimento cada vez mais saudável, esvaziando assim o discurso que alimenta a marginalização da velhice. Não à toa, pesquisas de mercado vêm mostrando uma crescente quantidade de idosos retornando ao trabalho, após a aposentadoria. O idoso, portanto, precisa de mais que políticas previdenciárias. Ele precisa, sim, é de mais visibilidade social e dos devidos cuidados pra ficar longe de uma velhice equivocada.

Article written by Barreto

Dr. Eduardo Barreto, neurocirurgião Ph.D especialista em coluna vertebral e dores crônicas.

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