Será que é enxaqueca?

O estresse, como você já deve ter notado, tem como uma de suas consequências a dor de cabeça. Isso acontece em razão dele aumentar as contrações musculares, provocando assim crises de enxaqueca ou uma cefaleia tensional quase que diária. Levando em consideração as duas hipóteses, muitos costumam recorrer ao analgésico. Mas o fato é que ele, apesar de aliviar a dor – e nem sempre o faz! , não trata o problema, sendo necessário saber, primeiramente, se a dor é resultado de uma enxaqueca ou cefaleia tensional.
Há uma série de diferenças entre elas no que tange à duração, à intensidade, ao tipo e localização da dor, sinais, gatilhos e, claro, formas de tratamento. No caso da cefaleia tensional, sugerimos atividades que proporcionem relaxamento, como os alongamentos, massagens, medicamentos que ajudem no combate à tensão e medidas fisioterápicas. Já aos enxaquecosos, indicamos cuidar melhor do sono, manter uma alimentação equilibrada – evitando alimentos como maionese, ketchup, embutidose cafeína – e prática regular de exercícios. Pesquisas concluíram inclusive que atividades aeróbicas combinadas a medicamentos como a amitriptilina contribuem para a prevenção do problema.
A escotomia cintilante, identificada pelos pontinhos brilhantes que às vezes se manifestam no campo visual podem indicar o início de uma crise de enxaqueca. Esta pode vir acompanhada de vômitos e náuseas, sensibilidade à luz, barulhos e odores, durar de 4 horas a 3 dias, provocar dores de forma latejante e pulsátil, normalmente, em apenas um dos lados da cabeça. A cefaleia tensional, por sua vez, não costuma causar náuseas e vômitos, dura de 30 minutos a 7 dias, tem intensidade fraca ou moderada e acomete os dois lados da cabeça, além de, e principalmente, a região occipital (nuca), provocando a sensação de pescoço preso.
Qualquer que seja o problema, é fundamental para o tratamento procurar ajuda médica, em vez de encher a bolsa de analgésicos. Isso porque, o uso descontrolado do medicamento pode não só agravar as dores, tornando-as crônicas a ponto de inviabilizarem a realização de atividades rotineiras, como encobrir outras doenças.

Article written by Barreto

Dr. Eduardo Barreto, neurocirurgião Ph.D especialista em coluna vertebral e dores crônicas.

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