Lombalgia Ocupacional

Atente para os riscos de uma Lombalgia Ocupacional

É grande e cada vez mais preocupante o número de doenças ocupacionais que atingem os trabalhadores contemporâneos. Merece destaque aquela denominada como lombalgia ocupacional, uma das principais causas de afastamento das atividades laborais.

Os principais sintomas da enfermidade são as condições ergonômicas inadequadas – a relação entre o homem e seus equipamentos de trabalho – e o ambiente de trabalho mal estruturado. Deste modo, é preciso adotar estratégias: “Preocupe-se, por exemplo, com sua mesa. Ela deve permitir que você digite com seus braços e mãos paralelos ao solo, pés retos no chão e pernas se encaixando confortavelmente embaixo dela. Algumas mesas com altura ajustável também permitem que você altere entre os modos sentado e em pé, o que lhe trará muitos benefícios”, explica o neurocirurgião Eduardo Barreto, especialista em coluna vertebral e dores crônicas.

Ficar em pé o dia todo, sabemos, também não tem nada de bom. O melhor a fazer é alternar entre os dois e contar com uma boa cadeira. Portanto, faça o devido investimento na sua e procure testá-la, antes da compra: “Se possível, ela deve ter suporte lombar, profundidade do assento, descanso de braço, capacidade de reclinação e altura ajustável, de maneira que seus pés fiquem retos no chão”, diz Barreto.

Importante levar em conta ainda os fatores relacionados ao tipo de trabalho. Isso porque, pesquisas ligam componentes de aptidão física e flexibilidade com a dor e referem-se mais especificamente aos grupos musculares da região abdominal e dorsal: “É que o desequilíbrio da região inferior das costas associado à debilidade da musculatura abdominal pode ser considerado um fator de risco”, esclarece o especialista.

Assim sendo, o trabalho em construções e em indústrias de transporte de carga, bem como o emprego de motorista, que exige longos períodos ao volante, são vistos como de alto risco e incidência: “Quando necessária força excessiva, gera-se um desequilíbrio da estrutura da coluna, o que afeta a integridade mecânica de discos intervertebrais e articulações. Quanto ao motorista, ele passa muito tempo sentado e em posição estática. A pressa, o estresse e o cansaço normalmente o faz descuidar da postura”, comenta Eduardo.

E as mulheres estão mais suscetíveis à dor lombar crônica. Isso se deve ao fato de combinarem as atividades laborais às tarefas domésticas, onde, aliás, estão mais expostas a cargas, à repetição de movimentos e a posições viciosas: “Precisam estar atentas à postura ao varrerem, ao limpar em cima e embaixo dos móveis, à força que fazem pra arrastá-los… E tem mais. Elas apresentam características anatomofuncionais que podem favorecer o surgimento da dor lombar. Possuem menor massa muscular, menor massa óssea, articulações mais frágeis”, alerta o médico.

A adoção de práticas simples, vale salientar, pode evitar ou melhorar as dores que acometem a coluna:

  • Preocupe-se com seu peso;
  • Evite carregar objetos pesados e, uma vez necessário, peça ajuda;
  • Atente para a postura, mantendo o abdômen firme, não só quando estiver em atividade como quando num momento de repouso;
  • Varie a posição do corpo, a fim de não mantê-lo por longo período do mesmo jeito;
  • Utilize a força das pernas para erguer objetos;
  • Organize seu posto de trabalho de modo a deixá-lo funcional e confortável;
  • Procure realizar exercícios de alongamento e de fortalecimento do core;
  • Ao usar o celular, leve-o até a altura dos olhos, em vez de abaixar a cabeça.

Article written by Barreto

Dr. Eduardo Barreto, neurocirurgião Ph.D especialista em coluna vertebral e dores crônicas.

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